Se encantar com as diferenças

Vivemos em uma sociedade que discursa a favor das diferenças, porém incentiva a uniformidade. Na tentativa de sermos iguais, de nos encaixarmos em padrões, cultivamos cada vez mais a exclusão e o preconceito.

E a primeira exclusão que fazemos é a de nós mesmos. Priorizamos um modelo a ser alcançado e partimos em uma busca insana que acaba nos afastando cada vez mais de quem realmente somos.

E se pudéssemos nos encantar com as diferenças?

Parece simples, mas não é. Por isso, talvez, a coisa mais bonita, mais íntegra e mais revolucionária que podemos fazer agora é resgatar quem realmente somos! Abrir os olhos e os ouvidos do coração para uma escuta profunda de nós mesmos, valorizando cada detalhe, cada cor de pele, cada forma de ser, cada tom de voz, cada história, cada vulnerabilidade, cada forma de se expressar que compõe a singularidade de ser quem se é. 

É assim que começa o acolhimento e o encantamento. Quando nos permitimos criar – dentro e fora de nós – espaços acolhedores, onde possamos viver em plenitude as mais diferentes relações. Afinal, são elas que nos tornam verdadeiramente humanos. 

No Encontro com o outro, ao contemplar a expressão mais genuína da sua natureza mental, emocional e espiritual, é que o encantamento acontece. E somos convidados a adentrar um espaço onde o convívio mais harmonioso potencializa as transformações pessoais e, consequentemente, as transformações culturais. 

Acolher é apreciar o outro na sua inteireza. É permitir ser afetado pela sua história e pela beleza de sua singularidade. É, antes de tudo, se encantar e se inspirar com a diferença. 

Acolher a si e ao outro é um ato de amor!