Unipaz São Paulo

UNIPAZ SÃO PAULO

CIT – COLÉGIO INTERNACIONAL DOS TERAPEUTAS
A Saúde Integral e a Arte de Cuidar do Ser

O que é

O Colégio Internacional dos Terapeutas – CIT é uma inspiração de Jean-Yves Leloup que se materializou no Brasil, no encontro que ele teve com Pierre Weil e Roberto Crema, ambos da Universidade Internacional da Paz – UNIPAZ. Em sua visão, Terapeuta é todo ser humano que escuta a voz interna para a missão do cuidar em todos os sentidos – de si, do outro, da natureza, do planeta, cuidar do Ser. Cuidar do corpo, da psique e da consciência, para que a Grande Vida possa nos curar. Cuidar na trilha que nos trilha, na semeadura do bem, do bom, do belo em tudo e em todos.

O CIT é uma grande casa, sem teto e sem paredes, sem fronteiras. Sustenta-se no resgate da tradição viva dos Terapeutas de Alexandria, filósofos e sacerdotes do deserto, segundo o testemunho de Fílon de Alexandria, atualizada à luz da abordagem transdisciplinar holística, que postula a integração de raízes e asas, do enraizamento e a abertura. Nas palavras de Jean-Yves, “O que é transmitido não é apenas a memória dos nossos ancestrais de Alexandria, suas cinzas, mas sua chama sempre viva e ereta: seu eixo, sua coluna vertebral (…) como se cada um de nós fosse a própria árvore da vida plantada no meio do jardim, bem enraizada no chão e desdobrando-se generosamente no espaço, obedecendo ao duplo movimento da seiva, rumo ao mais profundo e ao mais elevado”. 

No Brasil, o Colégio Internacional dos Terapeutas – CIT-Brasil – se estabeleceu em setembro de 1992 sob a coordenação de Roberto Crema, reitor da Universidade Internacional da Paz – Unipaz sendo, de início, organismo complementar da Rede Unipaz com sede em Brasília, DF.

Como é

O CIT é uma escola no mais puro conceito que vem do grego scholé e do latim schola, cujo significado é lugar de exercitar um tempo livre para aprender, discernir, dialogar e se educar ao longo de toda a existência. Como uma escola de sabedoria encarna uma inspiração na leveza de uma rede transinstitucional, que convida ao aperfeiçoamento constante das qualidades do corpo, do coração e da consciência, dimensões abertas à Essência. Busca agregar e unir Terapeutas nas categorias clínica, social e ambiental, que se identificam e vivem de acordo com os princípios expressos em suas Dez Orientações Maiores. Além de hierarquias, regras e ordens, postula o princípio sistêmico de respeito aos mais antigos integrantes do Colégio, responsáveis por novos acolhimentos, no consciente zelo por sua qualidade.

Não tendo cunho formativo, o CIT acolhe terapeutas já formados nas mais diversas competências e orientações, que se aliam em torno de uma visão holística, de uma escuta acolhedora das múltiplas dimensões do todo humano, de uma ética da inteireza, rigorosa e aberta, e de uma prática transdisciplinar a serviço do cuidado integral

As funções básicas praticadas no CIT são as da escuta, da hermenêutica, da ética da bênção e do sorriso, que recoloca o ser humano na sua condição de Sujeito, ressignificando o Terapeuta como um suposto cuidar, através da matriz fecunda do Encontro. A tarefa de ser agente de saúde, portanto, é democratizada e estendida a todo ser humano que se importa com o bem-estar de si, de todos e de tudo: cuidar, cuidar-se.

São estas as Dez Orientações que norteiam os Terapeutas alinhados do CIT, segundo a inspiração do seu mentor, Jean-Yves Leloup:

1 – ANTROPOLOGIA

Reconhecer, respeitar e cuidar do ser humano na sua inteireza física, psíquica e espiritual: soma – psique – nous – Pneuma. Esta classificação encontra equivalências nas antropologias tradicionais da Índia e do Tibet, por exemplo.  Esta antropologia é igualmente uma cosmologia, pois não percebe o homem como algo separado do universo (daí a importância do cuidado com o meio ambiente) e uma ontologia, pois, não distingue o ser humano como separado de uma Origem, que continuamente lhe escapa e sustenta.

2 – ÉTICA

Cuidar do Ser em si mesmoacolhê-lo – contemplá-lo – respirá-lo – encarná-lo – comunicá-lo… e Cuidar do Ser nos outrosacolhê-lo – respeitá-lo – escutá-lo e, se for preciso, orientá-lo – facilitar-lhe a cura – facilitar o seu desabrochar…

Viver tanto quanto possível na simplicidade e beleza (alimentação, vestuário e habitação) e permanecer livre em relação a acumulação de bens, de conhecimento e de poderes que podem afastá-lo do Ser.

3 – SILÊNCIO

Viver todos os dias um tempo de silêncio (cerca de 1 hora) de acordo com as práticas próprias de cada Terapeuta.

4 – ESTUDO

Viver todos os dias um tempo de estudo (cerca de 1 hora) de textos – das ciências contemporâneas e da Tradição sapienciais – necessárias à formação e à reciclagem.

5 – GRATUIDADE

Dedicar um tempo diário ao cuidado gratuito – ao Serviço, ou de acordo com sua disponibilidade e segundo a competência específica do Terapeuta

6 – RECICLAGEM

Todos os anos, dedicar, no mínimo, uma semana ao silêncio e uma semana ao estudo para se re-centrar e verificar os seus pressupostos antropológicos.

7 – RECONHECIMENTO

Colocar-se sob a escuta atenta e solícita de um Terapeuta Acompanhante, zelando pelo seu processo de individuação e se prevenindo da inflação egóica, na fidelidade do Terapeuta aos seus compromissos, isto é, às Dez Orientações Maiores.

8 – ANAMNESE

Ter uma agenda (de uso exclusivo de cada Terapeuta), na qual serão anotados sonhos e utopias significantes, assim como acontecimentos que testemunhem a presença do Ser na existência, em especial no seu próprio existir.

9 – EVOCAÇÃO DA PRESENÇA

Viver, se possível, um minuto, a cada hora, a evocação do meu ser ao Ser que o informa, do meu sopro ao Sopro que o inspira.

Esse instante de evocação pode ser vivido através de uma invocação, uma respiração ou simplesmente uma atenção sensorial ou afetiva à Presença do Ser no corpo que somos.

10 – FRATERNIDADE

Os terapeutas, dispersos pelo mundo, formam uma rede fraterna. A hospitalidade recíproca é uma felicidade de que eles não vão se privar. Lembrando os seus compromissos comuns, eles partilharão voluntariamente o seu tempo de estudo e de silêncio.

Para quem

Os interessados em se tornar membros do CIT se identificam por:

1 – Ter uma formação rigorosa no contexto do paradigma holístico e da abordagem transdisciplinar, fundamentada basicamente na cultura de paz. Podem ter concluído a Formação Holística de Base da Unipaz, a Formação em Psicologia Transpessoal das diversas escolas do país ou, ainda, ter formação equivalente e reconhecida, de longa duração.

2 – Possuir reconhecida prática profissional em sua área de atuação como terapeuta, ou com orientação terapêutica.

3 – Participar, por aproximadamente um ano, dos eventos e atividades do CIT em âmbito local, regional, nacional e internacional como ouvinte e, dessa forma, tornar-se “Aspirante a Aspirante”.

4 – Solicitar, oficialmente (por escrito e em encontro pessoal), a um Terapeuta do CIT, que seja seu “Terapeuta Acompanhante” e que o aceite como Aspirante.

5 – Cumprir o estágio de Aspirante, sendo acompanhado durante um prazo mínimo de um ano e colocando em prática, no cotidiano, as Dez Orientações Maiores do CIT.

6 – Acompanhar, atualizar e estudar a bibliografia sugerida, de modo especial a Coleção Unipaz-CIT,

7 – Conhecer e respeitar o Manual do CIT.

No tempo certo, a partir de uma visão de ecologia profunda e de uma redefinição de saúde como um estado de bem-estar psicossomático, social, ambiental e espiritual, poderão ser acolhidos em uma das três categorias de terapeutas:

Clínica – para os profissionais clínicos habilitados, como médicos, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, entre outros, com formação compatível.

Social – para os profissionais habilitados nas diferentes áreas sociais e organizacionais, como serviço social, educadores, artistas, políticos, cientistas, teólogos, advogados, entre outros.

Ambiental – para os profissionais que cuidam do meio ambiente, como biólogos, ecólogos, arquitetos, engenheiros, paisagistas, entre outros.

Bibliografia básica – Coleção UNIPAZ-CIT:

LELOUP, Jean-Yves. Cuidar do Ser. Petrópolis: Vozes, 1996.

________. Caminhos da Realização. Petrópolis: Vozes, 1996.

________. O Evangelho de Tomé. Petrópolis: Vozes, 1997.

________. O Corpo e seus Símbolos. Petrópolis: Vozes, 1998.

________. O Evangelho de Maria. Petrópolis: Vozes, 1998.

________. Deserto, Desertos. Petrópolis: Vozes, 1998.

________. Palavras da Fonte. Petrópolis: Vozes, 2000.

________. O Evangelho de João. Petrópolis: Vozes, 2000.

________. Carência e Plenitude. Petrópolis: Vozes, 2001.

________. Além da Luz e da Sombra. Petrópolis: Vozes, 2002.

________. A Montanha no Oceano. Petrópolis: Vozes, 2002.

________. Uma Arte de Amar para os Nossos Tempos: O Cântico dos Cânticos. Petrópolis: Vozes, 2002.

________. Enraizamento e Abertura. Petrópolis: Vozes, 2003.

________. Introdução aos “Verdadeiros Filósofos” – Os Padres Gregos: um continente esquecido do pensamento ocidental. Petrópolis: Vozes, 2003.

________. Apocalipse – Clamores da Revelação. Petrópolis: Vozes, 2003.

________. Livro das Bem-Aventuranças e do Pai-Nosso: Uma Antropologia do Desejo. Petrópolis: Vozes, 2004.

________. Escritos sobre o Hesicasmo: Uma Tradição Contemplativa Esquecida. Petrópolis: Vozes, 2004.

________. Evangelho de Felipe. Petrópolis: Vozes, 2006.

________. Judas e Jesus: Duas Faces de uma única Revelação. Petrópolis: Vozes, 2007.

________. Jesus e Maria Madalena: Para os puros, tudo é puro. Petrópolis: Vozes, 2007.

________. Uma Arte de Cuidar: Estilo Alexandrino. Petrópolis: Vozes, 2007

________. A Sabedoria que Cura. Petrópolis: Vozes, 2015.

LELOUP, Jean-Yves; BENSAID, Catherine. O Essencial no Amor. Petrópolis: Vozes, 2006.

BIASI, Francisco Di; ROCHA, Sérgio F. Caminhos da Cura. Petrópolis: Vozes, 1998.

BOFF, Leonardo; LELOUP, Jean-Yves. Terapeutas do Deserto. Petrópolis: Vozes, 1997.

BOFF, Leonardo; WEIL, Pierre; LELOUP, Jean-Yves; CREMA, Roberto; LIMA, Lise Mary A. (Org) O Espírito na Saúde. Petrópolis: Vozes, 1999.

HENNEZEL, Marie de; LELOUP, Jean-Yves. A Arte de Morrer – tradições religiosas e espiritualidade humanista diante da morte na atualidade. Petrópolis: Vozes,1999.

NARANJO, Cláudio. Entre meditação e psicoterapia. Petrópolis: Vozes, 2005.

NOSSRAT, Peseschkian. Viver com Sentido. Petrópolis: Vozes, 2003.

PUBLIO DIAS, ARCELINA, Helena. Sinais de Esperança. Petrópolis: Vozes, 2007.

WEIL, Pierre. Rumo ao Infinito. Petrópolis: Vozes, 2005.

CREMA, Roberto. Antigos e Novos Terapeutas – abordagem transdisciplinar em terapia. Petrópolis: Vozes, 2002.

________. Mensagens do Deserto. São Paulo: Edição do Autor, 2017.

________. O Poder do Encontro. São Paulo: Tumiak Produções, 2017.

CREMA, Roberto; WERÁ, Kaká. A Águia e o Colibri. São Paulo: Tumiak Produções, 2019.

LELOUP, J.Y.  Introdução. In: CREMA, R. Antigos e Novos Terapeutas: abordagem transdisciplinar em terapia. Petrópolis: Vozes, 2002.

WEIL, Pierre. Os Mutantes. Campinas: Verus, 2003.

Quem faz

Atualmente o CIT-Brasil é coordenado pelo pentagrama composto pelos terapeutas, Hélyda Di Oliveira, Lydia Rebouças, Maria do Carmo Colturato e Silva, Neusa Santos e Rosemari Johan (2019-2021).

Encontros Abertos CIT-SP, sempre às 17 horas
Última segunda-feira do mês (calendario acima)
Pelo ZOOM – ID: 897 3732 3973
Senha de acesso: cit

Link: ttps://us02web.zoom.us/j/89737323973?pwd=OUk1TTZrTmxmSE10OWVlNTNkUWtIdz09

Para mais informações: cit@unipazsp.org.br

“O Terapeuta não é um “sujeito suposto saber”, mas um sujeito suposto escutar. ‘Eu lhes empresto minhas orelhas para que vocês possam se escutar melhor’, dizia Françoise Dalto. É graças a essa escuta que o paciente irá, talvez, descobrir o Sentido daquilo que lhe acontece, para além das explicações ou das razões que ele mesmo ou os seus próximos, a sociedade e, às vezes, até mesmo os Terapeutas, querem lhe impor.”
Jean-Yves Leloup em Carta aos Terapeutas (2012)

“Cuidar da saúde através da escuta e da interpretação… e da bênção. O terapeuta é alguém capaz de abençoar, ou seja, dirigir ao outro um bom olhar e uma boa palavra. Trata-se de jamais rotular ou reduzir o outro ao seu menor, a um sintoma, a um sofrimento. Abençoar é ser capaz de reconhecer no outro o seu potencial, não só de saúde, também de plenitude. É ser capaz de reconhecer no outro o semblante original, a dimensão do sujeito.”
Roberto Crema em Breve Introdução à Arte de Cuidar

Edição de Lus Camargo e Roberto Crema
Março 2021.

Sempre às 17 horas

plugins premium WordPress