Unipaz São Paulo

UNIPAZ SÃO PAULO

Preparando o campo para uma vida mais plena!

Antes que escolhamos nossas ferramentas e técnicas, devemos escolher nossos sonhos e valores, pois algumas tecnologias os favorecem, enquanto outras os tornam impraticáveis. (Editorial em Rain: The Journal of Appropriate Technology, citado por Marilyn Ferguson).

Já pensou no tipo de relações que você realmente deseja ter em sua vida? Já sonhou com relações mais autênticas, mais cuidadosas ou saudáveis? Desejou se relacionar com pessoas que se tratam com respeito? Pessoas que têm a coragem de dizer o que realmente precisa ser dito? Ou, pessoas realmente capazes de escutar e compreender? Já sonhou, inclusive em ser, você mesmo(a), alguém capaz de se relacionar, respeitando mais e sendo mais interessado(a) e tolerante?

Então, como disse Marilyn Ferguson na frase inicial, algumas das nossas escolhas sobre nossa forma de atuar ou mesmo nossas táticas e técnicas favorecem estas relações, outras, tornam nossos sonhos de relacionamento impraticáveis, como “querer consertar o outro”, por exemplo, dizendo como ele (o outro) deve ou não se comportar, ou fazer. Este comportamento autoritário inviabiliza que as relações sejam saudáveis e benéficas às duas partes ou, mesmo sendo o tempo todo omisso, não dando voz à voz que precisa ser expressa, por medo, vergonha ou outro motivo qualquer.

Construir uma comunicação mais autêntica, verdadeira e não violenta se alinha claramente com nossa compreensão de que a linguagem é parte da nossa experiência corporal. Como nos diz Galtung: “Não basta que exista a ausência da violência, é necessária a presença de uma interação e inter-relação positiva e dinâmica – o apoio mútuo, a confiança, a reciprocidade e a cooperação”.

Conflitos estão presentes nas relações humanas, são naturais e podem ser compreendidos como positivos ou negativos de acordo com cada experiência. Viver positivamente os conflitos significa conseguir responder a eles de forma a obter algo que possa transformar para melhor a relação.

Para investirmos nas relações que desejamos, precisamos rever nossas ações, nossas práticas cotidianas e nossas crenças. Somos os responsáveis pela transformação, tanto quanto pela perpetuação de crenças e modos de ser e viver que não nos darão a qualidade nas relações humanas que sonhamos.

Precisamos desenvolver uma consciência grupal e segundo Saraydarian (1990), o princípio básico da consciência grupal é ajudar a elevar e iluminar as pessoas, para que elas, em troca, elevem e iluminem você. E neste sentido já não há mais como fugir da máxima “que possamos ser a mudança que desejamos ver no mundo”.

O processo de transformação dos conflitos começa em mim.

E este processo busca restabelecer as relações por meio do diálogo entre as partes, favorecendo a comunicação autêntica e a compreensão empática do outro, oportunizando acordos e ações conjuntas a partir da negociação colaborativa, favorecendo uma cultura de entendimento e cooperação.

Vivemos em um mundo repleto de tensões de toda ordem. Cotidianamente nossas relações são permeadas por mal-entendidos, contaminadas por interpretações, julgamentos, emoções e necessidades não compreendidas e muitas vezes sequer percebidas. Em um ambiente de incertezas e complexidade, de medo e alto grau de defensividade, é crucial dedicarmos tempo para aprendermos ou reaprendermos a conversar, dialogar, escutar, compreender, ficarmos em silêncio, darmos um tempo, reconsiderarmos nossos pontos de vista, considerarmos os pontos de vista do outro. Deixarmo-nos transformar pela fala do outro ao invés de simplesmente reagirmos a ela.

Começa por tomarmos consciência de quem sou Eu no conflito. Conhecer meus pontos de vista, identificar minhas emoções por trás do conflito, além de conseguir encontrar quem é o Outro e ao final compreender as necessidades de cada um, estabelecendo acordos e compromissos.

Transformar conflitos é recriar a conexão perdida. É escrever uma nova história. É desconstruir os muros e reconstruir as pontes! É conexão com o diferente! Transformando conscientemente o contexto do conflito em um contexto colaborativo.

Na sua declaração por uma Cultura de Paz, em 13 /09/1999, a UNESCO declara:

“Posto que os conflitos nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que devem ser erigidos os baluartes da paz”.

Então, mãos à obra – eu , você e todos nós somos responsáveis por construir uma Cultura de Paz.

É fácil? Talvez não muito!

É possível? Completamente possível.

Por onde começo? Por mim mesmo(a).

Quando? Agora.

Como? Vem com a gente porque aprender é um processo relacional também!

Ana Paula Peron, Co-criadora do LAPIDAR – A arte de transformar conflitos em riqueza nas Organizações (www.lapidar.me).

Consultora em Educação Corporativa com ampla experiência em desenvolvimento de projetos customizados para lideranças e team building. Especialista e Mediadora de Conflitos Organizacionais pela IMO/ ECOSOCIAL/TRIGON e pelo Instituto D’Accord. É integrante do grupo Life Long Learning, direcionado ao desenvolvimento de competências em Negociação, Mediação e Resolução Construtiva de Conflitos, do M9GC Conflict Resolution Training.

Terapeuta de S.E.®️; Especialista em CNV (Comunicação Não Violenta); Master Coach Executiva e Empresarial – ABRACEM; Mba em Gestão de Pessoas; Pós-graduada em dinâmica dos Grupos pela SBDG (Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos); Pós- graduada em Jogos Cooperativos; Pós-graduada em Psicologia em Excelência do Desenvolvimento Humano. Focalizadora de metodologias de conversações significativas: World Café & Open Space. Graduada em Educação Física. Docente da Pós-graduação em Pedagogia da Cooperação. Professora convidada da Fundação Dom Cabral. Co-coordenadora do Lab.Grupo de Estudos de Conflitos da ABRH.

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