O apego pode ser muito mais do que não querer perder alguma coisa ou separar-se de alguém. Na verdade, a tradição budista acredita que no apego está a raiz dos sofrimentos humanos.
Como pode o apego trazer tantos problemas?
Pierre Weil, psicólogo, um dos líderes do movimento transpessoal na Europa e seu mentor no Brasil, depois de muitos anos estudando e vivenciando a tradição budista desenvolveu o programa A Arte de Viver a Vida, que trata justamente dessa questão. Vamos entender do começo como tudo isso acontece?
A origem do apego, e os sofrimentos que provoca, encontra-se justamente na ilusão que nossa mente cria quando separa e divide a realidade em sujeito e objeto. A partir daí, começa a existir a relação sujeito-objeto como algo fragmentado. A isso Pierre Weil chamou de fantasia da separatividade.
Quando vivemos a ilusão de que estamos separados do outro e das coisas, surge o apego aos objetos, ideias ou pessoas que nos dão prazer. Até aí, isso não parece ser um problema, certo? Mais ou menos. O apego, tanto o agradável quanto o desagradável, pode tirar a nossa liberdade de viver plenamente, pois podemos estar o tempo todo com o medo de perder.
Nesse esforço constante para manter o que desejamos sob nosso poder, o apego nos conecta ao passado e aos valores do ter. Apegados, estamos desconectados do aqui e agora, aumentando nossas expectativas, ansiedade e a necessidade de controlar tudo e todos, o que pode gerar crises. Pierre Weil costumava dizer que o apego gera o medo, que gera o estresse, que gera a maior parte das enfermidades. Por outro lado, tanto a crise como o sofrimento, são sempre oportunidades para aprender a desapegar e evoluir.
Será que desapegar de tudo é saudável?
Um dos lemas da antiga sabedoria grega já nos responde a essa questão: “Nada em Excesso”. Desapegar de tudo, de uma hora para a outra, poderia desequilibrar a balança, nos afastando da realidade cotidiana.
Ficar apegado ao desapego poderia provocar uma estagnação, o que também não é nada saudável. Para Pierre Weil, a vida é uma dança, movimento, fluidez e transformação. Se estivermos estagnados em qualquer ponto, podemos adoecer.
Um bom exercício é refletir sobre tudo aquilo que nos prende e que nos impede de ir além: comida, emoções, relações tóxicas, velhos hábitos, trabalhos sem sentido etc. Ao reconhecer esses hábitos, podemos exercitar passo-a-passo o desapego e adquirir novos hábitos. Fácil? Não, nada fácil.
A Arte de Viver a Vida, o programa educativo e terapêutico de Pierre Weil, que forma a espinha dorsal da Formação Holística de Base, é um verdadeiro guia para ler o livro da vida e vivê-la de forma mais consciente, mais plena, mais harmônica, mais pacífica e mais natural.
É um convite para “Desabrochar e Ser” , evoluir do Amor ao Poder para o Poder do Amor. E isso começa com o desapego. Então, respire fundo e pergunte a si mesmo. Nesse momento, você está apegado a quê?
Lenita Fujiwara é redatora, reikiana, aprendiz de pós-graduação em Psicologia Transpessoal e membro da equipe de Comunicação da Unipaz SP, além de practitioner de Barras de Access e terapeuta Alquímica Floral.
Nelma da Silva Sá é Facilitadora, Educadora, Pedagoga e Administradora de empresas. Coach de Processo de Transição Profissional. Especialista em Dinâmica Organizacional, Gestão e Ambiente de Trabalho. Pós-graduada em Transdisciplinaridade e Desenvolvimento Integral do Ser Humano pela Universidade Internacional da Paz. Experiência em Organizações Privadas com foco em implantação de Projetos e Desenvolvimento de Equipes e Lideranças. Cofundadora, Presidente e Coordenadora Pedagógica da Unipaz São Paulo. Facilitadora dos Programas: Eneagrama, Autogestão, Educação Ambiental e A Arte de Viver a Vida de Pierre Weil.